Para muitos de nós, a palavra trauma vem carregada de pensamentos e imagens muito pesados.
Fazemos associações com acidentes graves, violência física, violência psicológica, violência sexual, abuso infantil, assaltos, terrorismo, etc.
Mas um trauma pode ter uma aparência muito diferente. Bem “normal”.
Pode ser algo que para muitos é simplesmente uma bobagem que nem merece atenção.
Mas se para uma determinada pessoa aquela experiência foi traumática, então não importa o que os outros pensam, aquilo foi trauma e tem impactos negativas em sua vida.
Imagine uma criança que está acostumada ao chegar em casa, ver seus pais trabalhando dentro de casa. Sempre foi assim.
Um dia ela chega em casa e não encontra os pais.
Procurando nos quartos, chamando por eles e nada deles aparecerem.
A criança fica desesperada. Entra em pânico. Chora, grita, corre para lá e para cá, sem encontrar seus pais.
As piores coisas passam pela sua cabeça.
Poucos minutos depois – que na cabeça daquela criança, foi uma eterninade, os pais voltam.
Eles tiveram que sair para socorrer um vizinho.
A criança se acalma e tudo volta ao normal.
Todos se esquecem do episódio.
Mas aquela experiência deixou marcas profundas na mente da criança e ninguém sabe disso. Nem a criança, nem ninguém.
Mais tarde, aquela criança começa a apresentar reações estranhas.
Quando perde algum objeto qualquer, quando não encontra seus pertences no lugar onde deveriam estar, ela tem uma sensação horrível e começa a ficar desesperada. Fica totalmente descontrolada.
Ninguém entende. Nem os pais, nem a própria criança.
É que o choque de não encontrar um objeto que ela esperava encontrar no lugar onde ela esperava encontrar, desencadeia toda aquela reação. O choque é semelhante à sensação que ela teve quando não encontrou os pais em casa.
É como se seus pais tivessem sumido.
É assim que funciona uma memória traumática.
Pode parecer que uma coisa não tem nada a ver com outra.
É até difícil fazer a conexão, mas a conexão existe.
E é muito eficiente.
Funciona que é uma maravilha (melhor dizendo, é uma tragédia).
Se você é um procrastinador, talvez já tenha percebido que diante de uma determinada tarefa, você tem uma sensação desagradável.
E automaticamente decide fazer qualquer outra coisa, menos aquela tarefa.
Isso pode ser sinal de que você tem alguma memória traumática atrapalhando sua vida.
Percebe a conexão?
Você pode ter esse tipo de reação automática, irracional, mantendo-o preso a situações e resultados nada favoráveis.
E vai continuar assim, a menos que você faça algo a respeito.
Eu começaria com EFT.
E você?
