Empreendedorismo é mais uma palavra que está na moda.
Uma velha prática com roupagem nova, como tudo neste mundo.
Uma ideia vista com simpatia por muitos.
Muitas pessoas falam das virtudes de ser empreendedor.
Falam da necessidade cada vez maior de empreender.
Falam do espírito empreendedor como se fosse uma das coisas mais importantes nos dias de hoje – uma questão de sobrevivência.
O número de empreendedores está crescendo ano a ano.
Grande parte disso é o reflexo do quadro econômico que vivemos, em muitas partes do mundo.
É o chamado empreendedorismo por necessidade.
Na falta de emprego, na falta de perspectivas melhores no emprego, as pessoas resolvem iniciar o negócio próprio.
E o maior acesso a internet e suas possibilidades, o crescimento do comércio eletrônico, motivam maise mais pessoas a iniciarem suas vidas de empreendedores.
Hoje em dia é muito mais fácil montar um negócio próprio comparado a algum tempo atrás.
E se o negócio for baseado na internet, então você pode iniciar com investimento insignificante, quase de graça, na visão de algumas pessoas.
E mais: o apelo do marketing de afiliados.
Você não precisa ter seu produto próprio, você “só” precisa promover os produtos dos outros e ganha gordas comissões de 50% ou até mais!
Deixe o trabalho duro para os produtores e você só precisa desfrutar do lucro impensável num negócio convencional.
Finalmente, realizar o sonho de ser o dono do seu próprio nariz.
Nos últimos tempos tenho atendido um número crescente de empreendedores para sessões individuais.
E eles têm praticamente os mesmos problemas: procrastinação, falta de disciplina, falta de foco, distração.
Tudo isso acaba caindo sempre no mesmo lugar: dificuldades financeiras. E desespero, desânimo, perda de auto confiança.
A procrastinação é a campeã dos problemas dessas pessoas.
O que há por trás da procrastinação, no caso delas?
A procrastinação pode ter diferentes causas.
Existem diferentes tipos de procrastinação.
Portanto, não existe uma solução única e universal para todos os tipos de procrastinação.
É por isso que quando você procura livros ou artigos sobre procrastinação, vai encontrar títulos como
30 truques para combater a procrastinação
90 técnicas fáceis para acabar com a procrastinação
15 hábitos anti-procrastinação
55 segredos para dar o fim na preguiça
etc.
Mas existe uma coisa em comum a todos os tipos de procrastinação:
A procrastinação é uma solução que se tornou problema.
A procrastinação é o tiro que saiu pela culatra.
A procrastinação é o remédio que mata o paciente.
A procrastinação é a tentativa de resolver um problema através da evitação e não pelo enfrentamento do mesmo.
Essa atitude é semelhante à atitude de um viciado em drogas.
O viciado não consegue enxergar longe.
O viciado está preocupado com o aqui e agora, isto é, em obter alívio ou prazer imediato, mesmo sabendo dos sofrimentos que isso vai causar mais adiante.
Para o viciado não existe o futuro, literalmente
O procrastinador também.
Ele sabe que, ao procrastinar aquela tarefa, estará complicando sua própria vida.
A tarefa tem que ser feita, em algum momento futuro.
E isso vai custar caro.
Vai ter que trabalhar sob pressão, vai faltar tempo, vai ter que pagar mais caro para ter o serviço ou produto urgente, vai ter mais atritos, vai perder credibilidade,…
Mas na hora de procrastinar, ele não consegue enxergar isso.
É como se naquele momento o futuro não existisse.
Aquela sensação que alguns chamam de “ansiedade”, aquele pensamento inútil, aquele sentimento, faz o procrastinador evitar a tarefa.
E para isso, qualquer coisa serve, desde que possa se livrar daquela sensação ou sentimento, daquele desconforto.
E por que isso acontece mais com os empreendedores?
Porque não fomos treinados para sermos empreendedores.
Fomos treinados para sermos empregados, bons empregados.
Ao longo da vida, desde o primeiro momento em que entramos na escola, até o último dia no emprego, seguimos ordens.
Um empregado desobediente tem vida curta em qualquer organização.
Até mesmo os chefes, têm que seguir ordens superiores.
Mesmo quando alguém tem “carta branca”, na verdade, essa carta branca tem limites.
Se der errado, seu chefe também vai assumir parte da responsabilidade, de alguma forma.
Enquanto empregados, tivemos sempre alguém tomando decisões por nós.
E assumindo a responsabilidade pelas decisões.
Alguém definia o que devemos fazer, que resultados devemos apresentar.
Com isso, tivemos a tranquilidade necessária para nos dedicarmos a tarefas de nossa especialidade.
O empreendedor não tem chefe.
Portanto, não tem ninguém mandando nele.
Tem a liberdade que não aprendeu a administrar.
Você teve alguma matéria na escola que ensinava como lidar com a liberdade?
E issos é um grande problema.
E o pior: o empreendedor tem que fazer tudo que o empregador fazia (e que ele, o novo empreendedor, não fazia).
O empreendedor tem que fazer aquelas coisas que detestava fazer – no emprego, havia outras pessoas fazendo aquelas coisas, mas agora ele tem que fazer. Ou pagar alguém – e nesse caso o dinheiro sai do seu bolso. Antes, era o empregador que pagava.
O empreendedor tem que fazer coisas que ainda não sabe fazer, mas tem que ser feitas. Ou pagar alguém para isso…
O empreendedor tem muito mais coisas que não sabe fazer ou não gosta de fazer e que precisam ser feitas, do que tarefas de sua antiga especialidade.
Ou seja, o empreendedor tem muitas tarefas que causam desconforto.
É por isso que ele procrastina.
É uma tentativa ineficaz e inadequada de resolver o problema
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