Não é milagre. É método.

Por Marilee G. Adams, Ph.D
(Consultora, autora, empresária, professora, criadora do método Pensamento Baseado Em Perguntas)

 

Eu quero falar sobre uma mulher que veio a  um workshop comigo,  muito tempo atrás.

Foi bem no final do workshop, com muito pouco tempo disponível .  Ela  levantou a mão e disse:  eu tenho um problema e eu quero que corrija para mim.

Então,  “eu tenho um problema que eu quero que você corrija”.

E é bem no final do workshop.

As vezes eu sou meio ousada, então eu disse:  bem,  vamos ver o que podemos fazer.  Por favor descreva o seu problema.

E eu vou resumir a história, mas basicamente o que ela disse foi:

Eu amo meu trabalho,  é o trabalho perfeito para mim.  eu realmente amo meu trabalho.

Eu disse, tudo bem,  mas qual é o problema?

O problema é que eu odeio meu chefe. Eu amo meu trabalho,  odeio meu chefe e eu acho que vou ter que sair do emprego.

Eu queria ajudar,  mas lembre-se,  eu tinha muito pouco tempo. Então eu disse:  vamos descobrir que perguntas você tem feito a si mesma e que provavelmente você não sabe,

Então vamos começar nesse ponto, vamos descobrir.

Resumindo,  nós descobrimos que eram basicamente duas perguntas que ela estava fazendo a si mesma,  repetidas vezes, como um circuito fechado.

A primeira pergunta era  “como ele vai fazer para  estragar meu dia hoje”  e a segunda pergunta era  “o que ele vai fazer de errado”.

Então eu perguntei: esse homem tem alguma chance com você?

Não. Quando ele entrava na sala dela,  ele estava  caindo numa emboscada que foi montada pelo jeito como ela estava pensando. E o jeito que ela estava  pensando era definido  pelas perguntas  que estava fazendo. Perguntas que ela não sabia que estava fazendo. Nesse sentido,  ela era ” inocente”.

Ela não entendia o que estava fazendo, que estava contribuindo para essa situação e, francamente, a maioria de nós não entende como estamos pensando. E é isso que está contribuindo para aquela situação,  seja qual for o problema.

Lembre-se que eu não tinha muito tempo,  então eu disse a ela:

Você consideraria fazer algumas novas perguntas para si mesma ?

E ela disse que sim.

E estas são as duas perguntas que eu dei a ela.

A primeira foi  “o que esse homem tem para eu apreciar e entender, que eu estou  ignorando?”

A segunda foi  “o que eu posso fazer para que ele esteja bem?”

Essa pobre mulher parecia que tinha levado um choque de 220 volts.  Você sabe,  quando as pessoas parecem,  assim,  tipo fumaça saindo pelas orelhas?

A razão disso é que as perguntas que eu dei a ela não se encaixam naturalmente no caminho que ela estava seguindo há muito tempo.

Claro, ela escreveu  as perguntas muito obediente mente e normalmente isso seria o fim da história.

Como eu dou workshop por  todo o país, às vezes em outros países,  normalmente não vejo mais aquelas pessoas depois do workshop.

Acontece que eu conheço essa mulher e seu marido. E eu os  encontrei num evento social meses depois.  Eu  vi do outro lado que ela estava pegando alguma coisa para comer.  Eu não tinha visto a mulher desde o workshop e então  fui de encontro a ela.

Estou curiosa para saber o que aconteceu e então ela se virou e me olhou  com sorriso.  Fiquei aliviada e ela veio correndo na minha direção e disse:

“você gostaria de ouvir alguns milagres?”.  Eu disse “eu adoro milagres”

Então ela disse, aqui está o que aconteceu desde aquele  workshop. Antes de mais nada,  ainda estou no meu trabalho,  em segundo lugar,  eu fui promovida,  em terceiro lugar, eu recebi o aumento e quarto, meu chefe e eu temos muito melhor relacionamento.

Na verdade, nós nos oferecemos para trabalhar em um comitê juntos.  Se fosse antes, nós teríamos evitado de ficarmos juntos na mesma sala.

Eu disse,  isso é fabuloso.  Eu posso entender porque você pensa que isso é um milagre.  Não é milagre.  É o método.  Havia um método, e a maneira como eu montei aquelas perguntas para ela fazer para si mesma.

Então o marido dela chega e ele é verdadeiramente um tipo muito descontraído de cara sardônica.  Então eu disse “não é fabuloso o que ela está conseguindo fazer desde o workshop que  participou?”.

E ele disse sim, está sendo muito bom.

Então eu perguntei a ele o que havia melhorado.

Aí  ele  sorriu e disse que ela não reclamava mais daquele cara durante uma hora, todas as noites.

Então na verdade,  ela teve cinco resultados desde  aquela interação de apenas 10 ou 15 minutos no final do  workshop.

 

Ela manteve seu emprego,  tem melhor relacionamento com seu chefe,  melhor relacionamento com marido,  o aumento de salário,  a promoção.

E tudo isso não é uma coincidência.

É por causa da natureza das perguntas, e como elas operam em suas mentes.

É como um sistema operacional e elas praticamente programam como pensamos, como nos sentimos, como nós agimos e os resultados que obtemos

 

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Extraído da transcrição de um workshop de Marilee G. Adams

Tradução e adaptação: Mizuji Kajii

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